A mastite é a causadora do maior prejuízo que um produtor de leite pode ter, isso porque a mastite é responsável direta pela redução da produtividade e aumento dos gastos com medicamentos.
Capaz de gerar perdas econômicas significativas, estudos apontam que no Brasil ocorre uma perda anual de 5% do leite produzido devido à alta incidência de mastite, ou seja, 1,75 bilhões de litros de leite por ano, são descartados devido a mastite (Barbosa, et al. 2022).
Mastite é uma doença inflamatória na glândula mamária da vaca, que pode vir acompanhada de um processo infeccioso.
Pode ser caracterizada por (Massote, et al. 2019):
Mastite contagiosa: quando ocorre pela transmissão de um animal a outro, pelas mãos do ordenhador ou pela teteira da ordenhadeira, quando não é realizada a higienização correta.
Mastite ambiental: quando o animal se infecta pelos patógenos que estão no ambiente.
A apresentação da mastite pode ser de forma subclínica ou clínica (Massote, et al. 2019).
Mastite subclínica: quando não ocorre a alteração na consistência e aparência do leite ou da glândula mamária, mas ainda sim é apresentada e possui sua relevância na possível queda na produtividade.
Mastite clínica: apresenta formação de grumos, alteração da cor e / ou presença de coágulos no leite, além de poder apresentar vermelhidão dos tetos e úbere, bem como inchaço.
Os prejuízos para o produtor podem ser enormes por conta do descarte do leite do animal infectado com a mastite, gastos com medicamentos ou até mesmo perda do teto ou descarte do animal, dependendo da evolução da doença ou número de reincidência.
Além disso, o produtor pode perder a bonificação concedida por alguns laticínios por nível da qualidade do leite.
Isso ocorre devido ao aumento da Contagem de Células Somáticas (CCS), que aumenta em animais com mastite (Barbosa, et al. 2022).
Para diagnosticar casos de mastite no rebanho, deve ser realizado:
Teste da caneca de fundo preto: consiste em uma análise física do leite, observando as alterações decorrentes da mastite clínica (Coser, et al. 2012), esse teste deve ser realizado em todos os animais antes da ordenha.
Teste da raquete: esse teste deve ser realizado diretamente na propriedade, que consiste na avaliação do leite utilizando um reagente California Mastitis Test (CMT), que é capaz de identificar casos de mastite subclínica (Coser, et al. 2012), indica-se sua realização de 15 em 15 dias ou mensalmente.
Ainda para acompanhar a incidência de mastite, é importante acompanhar os valores de Contagem de Células Somáticas (CCS) fornecidos pelo laticínio ao produtor.
Para prevenir a mastite, algumas ações devem ser adotadas no manejo dos animais:
- Higiênização correta do ordenhador;
- Pré-Dipping / Limpeza correta dos tetos antes da ordenha;
- Manejo correto na ordenha;
- Pós-Dipping / Fechamento do esfíncter, identificação, hidratação e proteção dos tetos;
- Limpeza da ordenhadeira e sala de ordenha;
Outras ações podem ser tomadas a fim de evitar a mastite, como o descarte de animais com mastite crônica ou com 3 ou mais casos na mesma lactação, tratamento imediato de animais doentes, adoção da terapia de vaca seca e treinamento de colaboradores.
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